Registros apontam que o sistema de inteligência do país recebeu avisos com relação aos ataques golpistas de 8 de janeiro. Porém, integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) negam ter tido acesso aos alertas. As informações são do jornal O Globo.
2 de janeiro – 6 dias antes
Após a posse do presidente Lula, os acampamentos bolsonaristas em frente a quartéis do Exército se fortaleceram. Nas redes sociais, com o apelido “festa da Selma”, manifestantes se mobilizavam para uma grande manifestação na Esplanada dos Ministérios. As movimentações nos acampamentos eram monitoradas por autoridades federais.
5 de janeiro – 3 dias antes
Apoiadores de Jair Bolsonaro, de diversas regiões do país, começaram a desembarcar em Brasília de ônibus. O maior fluxo foi no dia 6 de janeiro. Toda a movimentação era acompanhada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e pelas forças de segurança.
6 de janeiro – 2 dias antes
Aconteceu uma reunião de planejamento com as forças de segurança, com relação a como iriam atuar frente a manifestação. Em documento obtido pelo jornal, o impedimento de acesso aos prédios públicos já aparece como uma preocupação das autoridades.
Foi indicado como responsabilidade da Polícia Militar do Distrito Federal “impedir que os manifestantes utilizem objetos, materiais ou substâncias capazes de produzir lesão ou causar dano” e “não permitir o acesso de pessoas e veículos à Praça dos Três Poderes”.
Além disso, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) emitiu um alerta para os órgãos ligados ao Sistema Brasileiro de Inteligência, informando sobre as caravanas em direção a Brasília. O documento ressaltou a possibilidade de “manifestantes com acesso a armas e com a intenção manifesta de invadir o Congresso Nacional”.
7 de janeiro – 1 dia antes
Segundo informações obtidas pelo O Globo, a Polícia Federal enviou um documento ao ministro da Justiça, Flávio Dino, indicando a intenção de “ações hostis e danos” por parte dos manifestantes acampados em frente ao QG do Exército em Brasília. A PF apontou que os alvos poderiam ser o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal e as Forças de Segurança.
Depois do alerta, Dino relatou os riscos ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por meio de um ofício. Em depoimento à Polícia Federal, membros do GSI afirmaram que não receberam alertas da Abin durante a semana.
Enquanto isso, nas redes sociais, manifestantes golpistas compartilhavam conteúdos afirmando a intenção de invadir os prédios públicos.
8 de janeiro – dia dos ataques
A Abin voltou a alertar sobre a intenção de depredação do patrimônio público e promoção de atos violentos nas sedes dos Três Poderes, por parte dos manifestantes. O alerta foi enviado horas antes dos atos e órgãos como a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal receberam o aviso.
Além disso, segundo o jornal, pedidos de reforço antes do início dos atos fizeram com que 45 agentes do GSI ficassem à disposição, além da tropa de choque. Outro pedido de reforço ocorreu depois do início do confronto dos manifestantes com a polícia.
COM INFORMAÇÕES DO ESTADÃO