O Sindicato dos Jornalistas do Estado do Ceará (Sindjorce) enviou, nesta quinta-feira (21/07), ofício ao Grupo Cidade de Comunicação em que questiona uma declaração de cunho transfóbica do jornalista Luiz Esteves, apresentador do Programa Balanço Geral, da TV Cidade Fortaleza.
No último dia 19 de julho, em transmissão ao vivo de seu programa, após apresentar matéria sobre denúncia de sequestro após conversas em um aplicativo de namoro, o profissional afirma: “Exatamente para você ficar de olho, sempre ficar com o pé atrás, antes de começar um relacionamento que você encontra a pessoa assim, por trás de um perfil, de uma foto na internet, né. Um colega aqui nosso se deu mal, quase. Não vou nem dizer o nome. Ele entrou num aplicativo achando que era uma coisa, quando chegou lá viu que era ‘um’ travesti. Pois é. Olha aí. Fique atento”.
O Sindjorce compreende que o discurso do jornalista, veiculado neste programa de significativa audiência no Estado, é um enorme desserviço para a população cearense, pois faz uso de chacota contra uma das comunidades que mais tem contato com a violência letal em nosso país. A declaração de Luiz Esteves estigmatiza a identidade travesti e colabora com o ódio contra pessoas trans, cuja expectativa de vida não ultrapassa os 33 anos no Brasil. As manifestações do comunicador comparam o relacionamento com uma travesti ao crime de sequestro ou roubo, que era o tema principal da reportagem. Além disso, Luiz trata a identidade travesti no masculino, ignorando que o termo está no espectro feminino enquanto identidade de gênero. Tais atitudes, infelizmente, só insultam a intolerância e a violência. Isto posto, lembramos também que hoje a LGBTfobia é crime no Brasil, de acordo com decisão de 2019 do Supremo Tribunal Federal (STF).
fonte: sindjorce.org.br