Uma família no Ceará conseguiu na Justiça o direito de exumar o corpo de um parente dado como desaparecido em agosto de 2023, mas que foi enterrado como indigente. Anselmo Domingues Filho, de 51 anos, foi encontrado morto dias depois do desaparecimento, mas a família só foi informada em fevereiro deste ano, quando recebeu o laudo do óbito.
Ainda conforme o laudo, Anselmo teria sido vítima de um mal súbito. Ele foi enterrado em uma vala comum de um cemitério público do Bairro Bom Jardim, em Fortaleza. Com o direito à exumação concedido após auxílio da Defensoria Pública, a família pode agora sepultá-lo conforme as próprias preferências.
A família denuncia a demora das autoridades em identificarem o corpo do homem e também aponta falhas no cruzamento das informações genéticas de Anselmo.
Ele foi dado como desaparecido em agosto de 2023 e teve o corpo encontrado dias depois. Mas, somente seis meses após o início do caso, a Perícia Forense comunicou à família que o corpo havia sido sepultado.
Gladys Silveira, irmã da vítima, contou à TV Verdes Mares que o material genético de outra irmã havia sido recolhido ainda em setembro de 2023.
O material ajudaria a saber se um dos corpos que deu entrada na Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) naquela época era de Anselmo.
Em janeiro deste ano, no entanto, foi pedido um novo recolhimento de DNA, ainda conforme relata a familiar:
“Ficamos em estado de choque. Ligaram para a minha tia, da Pefoce, pedindo para colher o material genético da minha mãe. Minha tia disse que já tinha sido feito, e disseram que não havia o material”, explicou Gladys Silveira.
A família passou a desconfiar do caso e foi até a sede da Perícia Forense, onde foi comunicado que Anselmo já havia sido sepultado – como indigente.
“Independentemente de ter sido meu irmão ou não, existia uma vida. Não existia respeito por ela? Joga em uma vala. Nós só encontramos porque nossa família insistiu muito. Não vou aceitar esse tratamento que deram ao meu irmão. Ele era um menino direito, honesto, tinha problemas mentais, era vulnerável”, disse a irmã da vítima.
Pefoce disse que decomposição do corpo dificultou reconhecimento
- Em nota, a Pefoce respondeu que as condições de decomposição do corpo, quando foi achado, dificultaram seu reconhecimento;
- Sobre a causa da morte, o órgão disse que não havia sinais de violência no corpo de Anselmo e a hipótese é de mal súbito;
- Ainda disse que não obteve resultado satisfatório somente com o material genético da irmã de Anselmo e que, por isso, pediram para colher o DNA da mãe dele;
- No entanto, a pasta não informou o motivo da demora entre a primeira e a segunda recolhida de material e não explicou porque levou seis meses para avisar que a vítima havia sido encontrada e estava enterrada.
MATÉRIA EXTRAÍDA DO PORTAL G1CE