Segundo dados da Vigilância em Saúde de Fortaleza, a capital apresenta situação de baixo risco de transmissão de arboviroses. Entre os dias 14 e 18 de abril, foram visitados 49.152 imóveis, dos quais 1.359 apresentaram focos de larvas do mosquito, representando 2,76% do total, de acordo com a pesquisa do segundo Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa).
Apesar da situação de baixo risco de transmissão de arboviroses, alguns bairros apresentam indicativo de alerta devido à incidência de focos nas residências visitadas. Os bairros com maior concentração de focos de larvas foram: Moura Brasil, Jardim das Oliveiras, Conjunto Palmeiras, Granja Portugal, Autran Nunes, Aerolândia, Conjunto Ceará, Vila Ellery, Granja Lisboa e Bonsucesso. Ações de controle químico preventivo nestas áreas já estão sendo intensificadas.
Confira o segundo Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti LIRAa

O coordenador de Vigilância em Saúde da SMS, Josete Malheiro, ressalta que a Vigilância Municipal não considera apenas o levantamento da infestação por Aedes para avaliar a situação epidemiológica das arboviroses. O gestor reforça ainda que é imprescindível que cada cidadão faça sua parte no combate ao agente causador das doenças.
“Estamos divulgando o segundo LIRAa de 2025, nele podemos avaliar os tipos de locais e recipientes em que encontramos os criadouros do mosquito transmissor dos vírus da dengue, chikungunya e zika. O combate ao mosquito só é possível com o apoio da sociedade”, enfatiza Josete.
Infestação nos recipientes
O LIRAa possibilita identificar também quais são os recipientes em que o mosquito está procriando. O Índice por Tipo de Recipiente (ITR), ou Índice de Breteau, indica o tipo e o percentual de cada reservatório onde foram encontradas larvas de Aedes.

Na capital, os recipientes infestados com maior frequência foram os depósitos móveis como vasos ou frascos, pratos de plantas, bebedouros, materiais em depósitos de construção, entre outros. Em segundo lugar, ficaram os depósitos utilizados no armazenamento de água para consumo humano ao nível do solo, como tonéis, tambores, barris, filtros etc.
Os depósitos fixos, tais como tanques em obras, borracharia ou horta, calhas, lajes, sanitários, piscinas ou ralos, apareceram em terceiro lugar no ranking.
Lixo, sucata, entulho, pneus e outros materiais volantes também tem forte impacto nos tipos de recipientes com infestação, além dos depósitos de água elevados (caixa d´água, tambor, depósitos de alvenaria etc.). Os depósitos naturais (bromélias, ocos de árvores e de rochas etc.) representam a menor incidência.
Ações contínuas

O Aedes aegypti circula o ano inteiro e, por isso, o monitoramento e o controle ocorrem de forma ininterrupta. As estratégias para o controle vetorial são executadas o ano todo, e intensificadas antes e durante o período sazonal da quadra chuvosa, quando há o aumento do calor e a chegada das chuvas. A Operação Inverno 2024/2025, iniciada em novembro e finalizada em março, atuou em 48 bairros estratégicos, cuja estratificação inspecionou mais de 336 mil imóveis.
Outras ações ocorrem como visitas domiciliares, ação química espacial e residual – UBV, atendimento de denúncias de focos do mosquito feitas por parte da população através do número 156, o monitoramento do vetor, ações de educação em saúde e mobilização social, uso de inseticidas para o bloqueio de casos confirmados de arboviroses, recolhimento de pneus, dentre outras ações.
Dengue
De acordo com o último boletim epidemiológico, até 19 de abril, foram notificadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 1.516 suspeitas de dengue. Dessas, 5,1% (77) foram confirmadas, 1.090 descartados (71,9%) e 301 ainda estão sendo investigadas (19,9%).

Levantamento de Índice Rápido de Aedes Aegypti (LIRAa)
O segundo LIRAa de 2025 foi realizado pela Prefeitura de Fortaleza, por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covis), órgão vinculado à Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
A iniciativa é parte da estratégia de monitoramento e controle do mosquito transmissor dos vírus causadores da dengue, chikungunya e zika. A pesquisa é realizada em âmbito nacional, no período não epidêmico. O Ministério da Saúde (MS) orienta que os municípios realizem quatro levantamentos ao ano.
Como combater o mosquito

• Mantenha lixeiras sempre tampadas;
• Deixe o quintal sem lixo e entulhos e coloque garrafas e baldes de cabeça para baixo;
• Mantenha reservatórios de água do ar-condicionado, geladeira e umidificador secos e vazios;
• Os ralos devem estar limpos e protegidos por tela;
• Não utilizar pratinhos que acumulam água sob os vasos de planta;
• Os bebedouros dos animais devem ser limpos diariamente;
• Mantenha as canaletas e calhas desobstruídas para não acumularem água com a chegada das chuvas;
• Faça manutenção periódica de piscinas e caixas d’água;
• Coloque plantas que acumulam água em local coberto;
• Deixe lonas bem esticadas, evitando a formação de poças d’água.