Considerado o maior acidente da história da aviação brasileira, a queda do avião da TAM, que deixou 199 mortos, completa 15 anos neste domingo (17). O voo que saiu de Porto Alegre com destino a São Paulo foi interrompido em cerca de uma hora e meia — assim como as vidas de passageiros, tripulantes e pessoas em solo. E, de alguma forma, mudou a história de milhares de amigos e familiares que conviveram com a tragédia.
Às 14h, eles se reunirão embaixo de uma figueira no chamado Largo da Vida, um espaço criado em homenagem aos mortos na tragédia. O número de pessoas presentes deve ser menor do que o esperado, pois alguns perderam a vida para a Covid-19 e outros tantos deixaram de ir a cerimônias frustrados com o resultado do processo judicial.
A LATAM Airlines, que incorporou a companhia, informou, em nota, que “se solidariza com todos aqueles que foram afetados” e que “os familiares de todas as vítimas foram indenizados e que uma família segue com ação em andamento”.
O acidente
Às 17h16 de 17 de julho de 2007, o voo JJ 3054, da companhia aérea TAM, decolou do Aeroporto Internacional Salgado Filho com destino a São Paulo. Às 18h48, ao tentar aterrissar na pista do Aeroporto de Congonhas, o avião desgovernado não conseguiu parar e bateu contra o terminal de cargas da companhia.
A explosão causou a morte de 199 pessoas: 187 ocupantes e 12 que estavam em solo. Do total, 98 eram nascidos ou moravam no Rio Grande do Sul.
“Eu olho as fotos de onde ela me levou, em outros países. Isso é uma coisa boa. A gente se sente bem. E assim vão se passando os anos”, recorda Lia Schneider, moradora de Teutônia, que perdeu a filha Patrícia, comissária de bordo.
As causas
A tragédia foi investigada pela Polícia Federal. De acordo com o inquérito, o problema foi causado por erro dos pilotos, que teriam deixado um dos controles na posição de aceleração. Um trecho final da gravação na “caixa preta” registrou o momento em que eles citam que apenas um dos controles funcionava corretamente.
O caso foi levado à Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF-SP). Três pessoas foram denunciadas: dois diretores da TAM e uma diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), pelo crime de atentado contra a segurança do transporte aéreo. A principal tese foi de negligência.
Os três foram julgados em duas instâncias e inocentados. O procurador da República que atuou no caso, Rodrigo de Grandis, fala em frustração após uma investigação complexa.
“Foi muito triste, muito triste, e eu tentei dentro do possível desempenhar com a máxima isenção e profissionalismo a minha função. Eu tenho a sensação de dever cumprido, embora a decisão não tenha sido favorável”, afirma.
Roberto Gomes, presidente da Associação de Vítimas e irmão de Mário, uma das vítimas, acredita que, dentro do aspecto jurídico ou criminal, não tem mais o que fazer.
Fonte: portal g1