Após a polêmica com reclamações de usuários, que levou a suspensão da implantação de novas “catracas duplas” nos ônibus de Fortaleza, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Ceará (Sindiônibus) apresentou nesta quinta-feira (20) um novo modelo do equipamento para o transporte público da capital.
Atualmente, a catraca alta está presente em 60% da frota da cidade. O modelo atual foi alvo de críticas dos passageiros, que relataram constrangimentos e dificuldades para conseguir passar pelo dispositivo, principalmente quem carrega bolsas, mochilas e embalagens.
“Teve uma vez que a minha bolsa quase não passa. É tanto que às vezes que venho com bolsa eu pago e peço ao motorista para descer pela frente. Aí eu rodo a catraca e passo pela frente, porque não tem como passar [pela catraca]”, disse uma usuária do transporte coletivo.
“Se for por causa dos meliantes não pular, eles pulam com certeza, não tem perigo deles não pularem. Eu já vi pular, eu mesma dentro do ônibus já presenciei”, afirmou outra passageira.
Adaptações
Conforme o presidente do Sindiônibus, Dimas Barreira, o órgão trabalha em modificações no equipamento, como estreitamento da parte superior da catraca e mudança no posicionamento da máquina para pagar a passagem.
“Estamos evoluindo esses equipamentos com questões que a gente vê não como polêmicas, que é o reposicionamento do validador, que a gente percebeu que muita gente estava tendo dificuldades porque tinha que estender o braço por dentro do equipamento e também o estreitamento da parte superior desse equipamento. Esse equipamento continua aumentado em 40 centímetros”, disse Dimas Barreira.
Segundo o presidente do Sindiônibus, além das mudanças, também serão consultados especialistas para melhorar a experiência dos usuários dos coletivos.
“Essas modificações já estão sendo feitas, nesses mesmos 60% [da frota]. Sem prejuízo disso, a gente também vai fazer uma consulta a academia, a universidade e vamos buscar na parte de designer, de engenharia, vê se agente consegue um modelo, inclusive superior a este, com esse objetivo de facilitar e melhorar a experiência dos nossos passageiros com a passagem pela catraca”, disse o presidente do Sindiônibus.
Dimas ressalta ainda que, em casos específicos, os passageiros também podem solicitar aos motoristas o desembarque pela frente caso tenham dificuldade de passar pela catraca alta.
“A gente sempre chama atenção que independente do equipamento, mesmo os 40% que nem tem, se for uma grávida, uma mãe com uma criança de colo, se ela não se sentir segura para passar na catraca, pode avisar ao motorista. Faz o pagamento, gira a catraca e permanece na área de retenção para não precisar passar pela catraca. São procedimentos que a gente está melhorando, nesses próximos 15 dias a gente vai voltar a se comunicar com o Ministério Público, mas continua suspensa a expansão”, afirmou Dimas.
COM INFORMAÇÃOS DO G1CE