Em uma pesquisa desenvolvida pela Brain Inteligência Estratégica e Abrainc, 82% das construtoras e incorporadoras elegeram como maior vilão de 2022 o custo dos materiais de construção. Um marco importante que evidencia o momento positivo é o aumento de 3,5 pontos em setembro do Índice de Confiança da Construção, chegando ao maior nível desde o ano de 2012. A pesquisa foi realizada ao longo do mês de novembro de 2022 e ouviu 1.200 pessoas de todas as regiões do Brasil com perfil de renda maior que R$ 3 mil. Pela estratificação do IBGE, famílias com renda superior a R$ 2,9 mil são consideradas classe C. Acima de R$ 7,1 mil, classe B; e ultrapassando R$ 22 mil de renda mensal, classe A. Já na passagem do ano de 2021 para 2022 a venda de imóveis registrou aumento de 46,1%, como aponta a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis 15ª Região Ceará faz um balanço do comportamento do mercado este ano. “2022 foi espetacular para o mercado imobiliário. Havíamos terminado 2021 em crescimento, em janeiro também crescemos e vamos atingir cinco bilhões de reais em venda até o fim deste ano contando com venda de casa verde e amarela, SBPE, com destaque para alto padrão e loteamentos também”, explica Tibério Benevides.
Um dos fatores que fizeram a supervisora de vendas, Karina Costa, financiar um imóvel em 2022 foi a vontade de sair do aluguel. “Eu sempre tive esse desejo no meu coração, de ter o meu cantinho e de realizar esse sonho e o que me ajudou foi ter foco”, afirma.
Segundo Karina, a consultoria de uma corretora de imóveis também foi fundamental. “Eu não senti dificuldade nenhuma, pois encontrei a Renata, que é corretora. Quando ela me ajudou, foi me falando o que tinha que ser enviado e do que eu precisava para o financiamento ser aprovado, me passava os locais onde tinha imóveis para vender, os apartamentos mais próximos, os que eu queria mais ou menos com o meu perfil. Eu dizia para ela como eu queria de acordo com que eu pudesse pagar com o meu orçamento, tudo isso foi me direcionando”. Depois de realizar todo o processo de financiamento, Karina recebeu a chave da casa própria “Foi uma sensação assim, maravilhosa, de gratidão, de felicidade, grata a Deus, por tudo, por colocar as pessoas certas no caminho. A felicidade é incrível, muito bom mesmo. Valeu super à pena todo o esforço, toda dedicação até receber a chave do meu sonho.”, comemora.
Entra ano, sai ano, e uma das demandas de consumo mais sólidas no mercado é a da casa própria. Antes mesmo de acabar 2022, o mercado imobiliário já mirava no próximo ano.
Para Ivanilde Matias, que financiou um imóvel em 2022, sair do aluguel era uma forma de economia. “Você gasta todo mês, todo ano esse valor vai aumentando e você acaba pagando a quantia alta que um imóvel que nunca vai ser seu. Então a gente decidiu fazer essa tentativa da compra do imóvel”, afirma a empregada doméstica. Depois do trâmite e a ajuda de uma corretora de imóveis, Ivanilde recebeu a notícia que tanto esperava. “Quando recebemos a ligação da entrega das chaves foi uma sensação indescritível. Só quem passou sabe como é. A gratidão é imensa por ter conseguido um imóvel próprio, principalmente aqui em Fortaleza, que não é fácil, principalmente para nós, que somos mulheres. Valeu cada esforço, cada centavo investido. Não me arrependo.”, afirma.
O setor imobiliário é suficientemente maduro
O mercado imobiliário é um forte impulsionador na roda econômica do Brasil, ou seja, independentemente do cenário político, o desenvolvimento imobiliário implica diretamente na renda do país. No primeiro semestre de 2022, o número de novos imóveis comercializados no Brasil aumentou 18% em comparação com o mesmo período de 2021. Ao todo, foram vendidas 87.655 unidades nos seis primeiros meses do ano. Em 2022, o mercado imobiliário apresentou um aumento de 42% em lançamentos no último trimestre móvel, novembro, dezembro de 2021 e janeiro de 2022. “Para o ano de 2023, a expectativa é que haja a continuidade desse movimento, com novos lançamentos de empreendimentos. Estamos na expectativa de que a Selic dê uma retraída, para ficar mais cômodo, mas é importante entender que o que move o mercado imobiliário é a necessidade do brasileiro. Hoje o Eusébio por exemplo é o grande filão, pela quantidade de escolas e comércio pulsante”, acrescenta Benevides.
Agora é uma boa hora para comprar ou vender um imóvel?
Quase um terço dos brasileiros das classes média e alta têm intenção de comprar imóveis. Ainda segundo a pesquisa feita pela Abrainc mostra que 31% dos brasileiros de classe média e/ou alta pretendem comprar um imóvel, seja para moradia ou para investimento. Entre as razões apontadas pelos entrevistados para a compra de um imóvel, aparecem ainda os desejos de:
• mudar para uma residência maior (20%);
• morar sozinho (10%);
• mudar de região/localização (7%)
• ter um novo lar em função de um casamento (7%);
• morar em um imóvel mais novo (7%)
• e outros motivos (16%).
“Como falamos, para o ano de 2023, a tendência é que as negociações de compra e venda continuem crescendo e de forma exponencial. O sol nasce pra quem compra e se põe pra quem vende. Quando as crises surgem, o imóvel continua lá, oferecendo rendimentos e lucros, ou seja, é o melhor investimento porque o mercado imobiliário é um segmento bastante sólido no Brasil, sendo uma classe de ativos consolidada e que sempre foi vista como uma reserva de valor, principalmente quando falamos de imóveis residenciais”, explica Tibério Benevides, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis 15ª Região Ceará.