O prefeito José Sarto assinou, nesta segunda-feira (30/10), um contrato com o Centro Regional Integrado de Oncologia (Crio) para ampliação dos recursos destinados ao tratamento do câncer na Capital. A partir desta iniciativa, a Prefeitura de Fortaleza garante um acréscimo anual de R$ 3,6 milhões nos repasses à instituição.
“Fortaleza tem sete das nove unidades que fazem tratamento oncológico no estado, respondendo por quase 60% dos atendimentos no Ceará, um serviço que ofertamos com alegria. Sou médico e entendo a complexidade e a importância desse tipo de tratamento, tanto na rede privada quanto pública, e sei que esse convênio vai melhorar e salvar a vida de centenas de pacientes”, destacou o prefeito Sarto durante a assinatura.
Com o novo aporte financeiro para o Crio, somado ao valor já aplicado pela Prefeitura na instituição, o montante ultrapassa R$ 33 milhões por ano. Os valores, oriundos do recurso que o poder público municipal dispõe para aplicar no Sistema Único de Saúde (SUS), irão otimizar o processo terapêutico do câncer, beneficiando a população de forma imediata.
Galeno Taumaturgo, titular da Saúde, explicou que esse aporte foi decidido de maneira estratégica: “Essa ampliação foi feita após um estudo e após a autorização do prefeito. Ela vem dar um alívio, no sentido de agilizar para que as pessoas de Fortaleza e do interior tenham atendimento em tempo hábil e que não sofram por falta de tratamento”.
Ivone Sandres é cuidadora e descobriu um câncer de mama quando já estava no estágio avançado. Através de uma consulta no posto de saúde do seu bairro, na Maraponga, ela realizou o exame de mama e descobriu um nódulo que tenta eliminar desde junho deste ano, através de tratamento oncológico no Crio.
“Quando eu descobri foi um choque para mim e para minha família, foi muito preocupante porque já estava no estágio três. Mas agora com o tratamento eu estou me sentindo mais tranquila”, conta ela. Em dezembro, Ivone fará sua última sessão de quimioterapia e depois passará por uma cirurgia para retirada do nódulo. O tratamento está sendo totalmente financiado pelo município.
Estiveram presentes no evento os vereadores e suplentes Raimundo Filho, Kátia Rodrigues, Moura Taxista, Carlos Mesquita, Luciano Girão, Lúcio Bruno, Professor Enilson, Audízio Oliveira, Róbio Jumento e Elógio Neto, além dos deputados estaduais Antônio Henrique e Cláudio Pinho.
Parceria entre Prefeitura e Crio
O aumento do recurso aplicado pela Prefeitura de Fortaleza na oncologia amplia a oportunidade dos pacientes cearenses que buscam a capital de iniciarem seu tratamento em tempo hábil, incluindo radioterapia, uma das principais demandas desta enfermidade.
Antes do aporte, a Prefeitura contratualizava com o Crio o tratamento de radioterapia para 2.532 pacientes, por ano; agora, serão 3.384, um acréscimo de 852 novos usuários. No que se refere ao trabalho em execução, entre os meses de janeiro e agosto deste ano, a Prefeitura custeou a realização, somente no Crio, de 1.664 sessões de radioterapia e 25.504 de quimioterapia.
“Estamos muito satisfeitos com essa iniciativa do Prefeito. O tratamento do câncer é um tratamento muito caro, e quanto mais avançado o estágio da doença, mais dispendiosos são os medicamentos”, explica Suely Kubrusly, diretora financeira do Crio.
Tratamento do câncer em Fortaleza
Com o acréscimo no financiamento para tratamento oncológico, Fortaleza garante a oferta de 60% dos atendimentos de radioterapia para os cearenses. Serão 6.372 sessões de radioterapia contratualizadas por ano, sendo 3.384 no Crio e 2.988 no Instituto do Câncer do Ceará (ICC), para acolher, além dos pacientes de Fortaleza, os oriundos do interior do Estado.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é de 6.550 novos casos de câncer ao longo deste ano em Fortaleza, além dos casos de câncer de pele não-melanoma. Destes, cerca de 50% irão necessitar de radioterapia. Assim, para suprir a necessidade dos pacientes de Fortaleza, seriam necessários 3.275 tratamentos radioterápicos em média por ano – e a Prefeitura custeia 6.372.
Financiamento
Entre os meses de janeiro e agosto deste ano, em cinco estabelecimentos contratualizados, a Prefeitura custeou a realização de 3.707 sessões de radioterapia, 71.950 de quimioterapia e 4.106 cirurgias oncológicas.
Financeiramente, Fortaleza tem a garantia de R$ 86,6 milhões anuais, advindos de valores antigos e de recente aporte do Ministério da Saúde, porém, a Capital custeia R$ 133,8 milhões anuais. Atualmente, Fortaleza concentra sete dos nove estabelecimentos habilitados para tratamentos oncológicos no Ceará. Assim, da demanda atendida na Capital, entre 50 e 60% vem do interior do Estado.
Acesso ao tratamento
Pacientes com alterações clínicas ou de imagem, indicativos de suspeita de câncer devem procurar o posto de saúde mais próximo de sua residência. Assim, serão avaliados e encaminhados para a rede especializada em Oncologia por meio de consulta de triagem, onde será definido o diagnóstico e plano de tratamento para cada caso. Os pacientes do interior têm acesso regulado, mediante oferta de vagas diretamente da Central Municipal de Fortaleza para a Central Estadual.