Entre desejos de boas-vindas, entrega de kits receptivos e encaminhamentos para atendimentos iniciais, 111 brasileiros repatriados dos Estados Unidos desembarcaram no Aeroporto de Fortaleza na última sexta-feira (7), sendo três deles cearenses.
Todos foram recebidos pela equipe multisetorial que os aguardava no desembarque. Por meio da Secretaria dos Direitos Humanos (Sedih), o Governo do Ceará integrou a operação do Governo Federal que buscava garantir o acolhimento humanizado.
Além de reduzir o tempo de viagem ao Brasil, o pouso em Fortaleza possibilitou que os brasileiros fossem recepcionados pela equipe do Programa Estadual de Atenção ao Migrante, Refugiado e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Sedih, que conta com Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante (PAAHM) no Aeroporto de Fortaleza.
“A gente não era tratado tão bem assim há quanto tempo?!”, disse um dos brasileiros repatriados enquanto recebia kit de lanche e água disponibilizados a partir de articulação da Secretaria dos Direitos Humanos. O grupo também recebeu kits de higiene, além de atendimento psicossocial e auxílio no contato com a família no primeiro momento no solo.
As ações da Sedih integraram missão coordenada pelo Governo Federal. O efetivo contava também com operação especial da Polícia Federal para realização dos procedimentos migratórios, além de representantes do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), do Ministério da Saúde (MS) e da Defensoria Pública da União (DPU). Médicos, enfermeiros, psicólogos e sanitaristas da Força Nacional do SUS realizaram atendimentos emergenciais no local. do grupo na chegada ao país.
“O Governo do Estado e o Governo Federal otimizaram a vinda dessas pessoas e tudo correu bem. Agora eles estão em casa. Devido às condições da viagem e aos relatos que nos deparamos, os recebemos com muita emoção, mas cumprimos nosso objetivo com essa ação que era garantir a dignidade humana”, afirmou a secretária dos Direitos Humanos, Socorro França.
Dos 111 que chegaram a Fortaleza, 101 seguiram viagem à cidade de Belo Horizonte (MG) em avião disponibilizado pela Força Aérea Brasileira (FAB), em caráter excepcional. Os demais permaneceram em Fortaleza ou seguiram ao seu destino final direto da capital cearense.
Dados
Dados da Polícia Federal divulgados pela Agência Gov mostram que a maioria dos repatriados são jovens: oito pessoas têm até 10 anos de idade; 11 têm entre 11 e 20 anos; 38 têm entre 21 e 30 anos; e 33 estão na faixa etária dos 31 a 40 anos. Apenas 17 têm entre 41 a 50 anos e quatro têm 51 anos ou mais, sendo o mais velho do grupo com 53 anos de idade.
Das 111 pessoas, 85 são homens – dos quais 71 estavam desacompanhados – e apenas 26 são mulheres – das quais 12 estavam desacompanhadas. Cerca de 25% (28 pessoas) do grupo vieram em núcleo familiar.
Contexto
Diante do cenário enfrentado por brasileiros que residem nos EUA após as restrições a migrantes estabelecidas pelo governo Donald Trump, o Governo Federal, por meio de ação interministerial, tem adotado uma série de medidas para garantir um acolhimento humanizado aos cidadãos que estão retornando ao Brasil. Nesse contexto, o município de Fortaleza recebeu o segundo voo com brasileiros repatriados no novo governo de Trump.
A chegada do voo na capital cearense foi priorizada devido à existência do Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante (PAAHM), no Aeroporto de Fortaleza. Outro fator relevante é a redução do tempo de restrição física dos repatriados. A opção por Fortaleza faz com que a chegada ao Brasil ocorra aproximadamente cinco horas antes do que em Confins (MG), onde aterrissaram os brasileiros que vieram no primeiro voo, no último dia 25/1.
