A crise no Instituto Dr. José Frota (IJF), em Fortaleza, ganhou mais um capítulo com a paralisação de parte dos funcionários do hospital durante a tarde desta quinta-feira (12). Testemunhas relataram à TV Verdes Mares que está faltando alimentação para os pacientes e acompanhantes e faltando medicação para as pessoas atendidas.
Servidores e acompanhantes de pacientes se uniram e foram até a porta da unidade reclamar das condições do local. Procurado, o IJF não respondeu os questionamentos da reportagem até a publicação desta matéria.
“Uma criança que está aqui doente, como é que ela vai se recuperar sem alimentação, sem medicamento, sem o enfermeiro comer?”, disse uma fonte que preferiu não ser identificada.
Os funcionários do IJF alegam que não receberam nenhuma refeição ao longo de toda esta quinta-feira (12). O problema seria recorrente. Como resposta, os servidores resolveram realizar essa paralisação com funcionários de todas as áreas do Instituto Dr. José Frota.
O presidente do Sindsaúde Ceará enumera os problemas que os funcionários do hospital vêm passando:
“É mais um dia de drama dos servidores públicos, dos trabalhadores aqui do IJF. Não apenas dos trabalhadores, mas dos pacientes (…) Nós temos relatos da ausência de insumos, medicamentos e, agora, da alimentação para os trabalhadores e para os pacientes”.
O maior hospital municipal de Fortaleza convive atualmente com a falta de remédios e insumos, além do não pagamento do quadro de funcionários e cancelamento de cirurgias
Um relatório do Conselho Municipal de Saúde mostra um déficit financeiro na unidade entre 8 a 10 milhões de reais por mês. Por ano, o IJF custa um total de R$ 866 milhões aos cofres da Prefeitura, Estado e União, sob gestão do Executivo Municipal.
Na última semana, o governador Elmano de Freitas liberou R$ 9,6 milhões diretamente para o IJF.
Denúncias recebidas pelo Ministério Público do Ceará apontam que 74,4% do estoque de medicamentos do IJF estava zerado. Isso representa 279 dos 375 medicamentos listados.
A Justiça do Ceará determinou que a Prefeitura tinha até 6 de dezembro para apresentar um plano de ação para conter a crise no hospital. Esse primeiro prazo foi cumprido pela gestão municipal.
Agora, a Prefeitura terá até esta sexta-feira, 13 de dezembro, para apresentar outras informações, como:
- Despesas a pagar de novembro e dezembro que não foram quitadas
- Saldo de caixa e previsão de incremento orçamentário para 2025